Por Juan Ortiz
Do portal Carta Maior: “Em palestra no Fórum Social das Resistências, em Porto Alegre, ex-árbitro conta como o racismo o levou a abandonar a carreira
Créditos da foto: (Juan Ortiz)
“A gente tem que botar o dedo na ferida”, introduziu o comentarista esportivo Márcio Chagas no início da noite da última quinta-feira, dia 23, na Câmara Municipal de Porto Alegre. Chagas falaria durante as próximas duas horas sobre racismo no futebol, tema que o levou ao Fórum Social das Resistências 2020.
Além dele, também participaram da conversa Alexandre Carvalho, diretor-executivo do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, e representantes do Fórum de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana (Fonsanpotma).
No início da semana, os jogadores Tavares e Vinícius Mello, das categorias de base do Internacional, foram chamados de “macacos” por rivais uruguaios do time Albión, durante uma partida da Copa Santiago de Futebol Sub-20. As comissões técnicas de ambos times foram alertadas, mas ignoraram o episódio.
De acordo com registros do Observatório, houve 59 casos de injúria racial no futebol brasileiro em 2019 – 16 deles só no Rio Grande do Sul. O próprio Márcio Chagas foi vítima de um desses episódios no dia 15 de dezembro. Embora tenha deixado a arbitragem profissional em 2014, foi convidado a apitar a final do campeonato municipal de Ajuricaba, noroeste gaúcho, entre América e Juventus. No meio do jogo, um torcedor gritou “apita direito, negro safado, se não apitar direito vão fazer que nem em Bento Gonçalves”. A ameaça verbal, que fez o homem ser levado à delegacia e depois liberado, era uma referência ao episódio de racismo que deu fim à carreira de Chagas nos gramados.
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