Kai-hui e Mao eram dois apaixonados casaram e tiveram três filhos. O revolucionário chinês, controverso nas suas relações amorosas, deixou Kai-hui e seus três filhos na província de Changsha e partiu para liderar o exército vermelho chinês.
No segundo ataque à Changsha coordenado por Mao, sua esposa e seu filho mais velho foram presos pelas forças anticomunistas. Na manhã cinzenta de 14 de novembro de 1930 ela foi brutalmente assassinada pelos adversários de Mao. O filho foi solto e, no início de 1931, Tse-min – tio dos meninos – fez com que os três sobrinhos fossem para Xangai, onde entraram para um jardim-de-infância secreto do Partido Comunista Chinês (PCC).
Ao longo de sua vida Mao tsé-Tung sempre recordava de Kai-hui com carinho – de fato ela foi a amor de sua vida e vice versa.
Em um dia frio, com saudade de Mao, Kai-hui envia-lhe uma linda poesia que transcrevo abaixo:
Dia deprimente, um vento norte começa,
Uma friagem espessa atravessa carne e ossos.
Penso neste Homem Distante,
De repente, ondas crescem da calmaria.
O pé estará curado?
A roupa de inverno está pronta?
Quem cuida de você quando dorme sozinho?
Está solitário e triste como eu?
Cartas não chegam,
Pergunto mais ninguém responde.
Como eu quisera ter asas,
Voar para ver este homem.
Sem poder ve-lo,
O sofrimento não tem fim…
Quando soube da morte de Kai-hui, Mao escreveu com dor que parece ser genuína: “A morte de Kai-hui não pode ser redimida por cem mortes minhas!”
Fonte: Biografia, MAO – A história desconhecida. Ed. Companhia das letras