Naquele dia Marinalva estava sorridente.
Logo cedo, no compasso dos passos, ela caminhava pela estrada deserta rodeada de verdes.
A ausência de nuvens facilitava uma ampla visão do horizonte,
E os pássaros, celebrando uma nova aurora, em algazarras, cantaloravam em diferentes tons,
Naquele espaço livre, sem regras pré-estabelecidas, a consonância e a dissonância harmonizavam o ambiente deixando-o naturalmente sereno…
Sinal de que os diferentes, aos ouvidos dos que trabalham uma composição, se completam.
Não estava preocupada com o tempo.
Para ela, tempo e contratempo, são demarcações humanas para atender circunstâncias…
A vida se torna menos complexa quando se consegue administrar o compasso do tempo…
Pois, a pressa é um desejo incontido de humanos afoitos, um querer domesticar o tempo – sujeitá-lo.
Marinalva estava deveras satisfeita.
Definitivamente, entendeu perfeitamente o papel do equilíbrio entre emoção e razão…
Agora seu viver estaria menos complexo.
Mimila K Rocha