
Cheguei na hora certa.
Tudo que eu mais queria era assistir aquela cena.
Ali não havia competitividade, todos compartilhavam o que tinham, e os sentimentos de altivez apenas celebravam as atitudes solidárias.
O espaço não era demarcado pelas diferenças – eram os diferentes que faziam daquele espaço um ambiente saudável.
Todos sabiam exatamente o seu lugar.
A arrogância era tratada com desprezo e o termo malquerença, estranho aos hábitos dos que ali estavam, não contaminava a liberdade criativa.
A presunção se limitava às hipóteses verdadeiras e nunca com aparências indevidas, indesejadas – sorrateiras.
Os que ali se encontravam sabiam o valor da solidariedade.
A utopia ali não tinha o significado de “lugar nenhum”.
Falavam da vida e de uma república imaginária…
Os sentimentos se confundiam com os propósitos – e os propósitos com a necessidade de um mundo mais humano.
Saudavam os amigos que partiram, choravam os que mudaram de lado…
Todos entoavam cantos libertários, falavam de revolução, dos erros e dos acertos, das suas realizações e do inatingível…
Como é bom encontrar velhos amigos!
Mimila K Rocha