
Nas ruas me apresento sem pudor…
Nada me detém, nada me consome, nada me enoja,
e eu fico na expectativa do próximo.
Não reparo a beleza, não vislumbro emoção nem mesmo me importo com inteligência…
O importante é o que ele vai deixar.
A vida não me concedeu o direito à livre escolha,
Tão pouco à paixão…
Troco aquilo que está sob mim, no meu controle: meu corpo.
Amor, ah! Sim! Amo a reciprocidade…
Recebo a medida da minha necessidade.
Aqueles que me condenam, se consideram autossuficientes ou são pequenos demais diante a imensidão do mundo.
Para uns submissão é poder, para outros ausência de dignidade…
Para mim é mera necessidade.
Pecado? Quem disse que lutar pela vida é um ato pecaminoso?
No meu amanhã a liberdade é prima irmã das condições materiais…
Quem – homens e mulheres – nunca deu… em troca de uma expectativa?
Viver é administrar probabilidades…
Eu sobrevivo.
Mimila K Rocha